Texto referente ao post de Quinta-feira, 18 de Setembro de 2008
Fonte: Blog da Rádio CES/JF
A primeira coisa a ser dita é que não temos a pretensão de defender esse ou aquele candidato, claro que temos nossas preferências (como qualquer cidadão), o que também não quer dizer que são as mesmas.
Na noite de ontem, foi realizado mais um debate entre os candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora, organizado pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF). O debate foi mediado pela jornalista e professora do curso de Comunicação Social, Gilze Bara, que abriu seu discurso dizendo que essa era uma noite de democracia, para se discutir idéias e conhecer os candidatos.
O debate foi dividido em 8 blocos, sendo que, no primeiro, os candidatos responderiam à pergunta: “Por que quero ser prefeito de Juiz de Fora?”.
No segundo bloco, cada candidato responderia a uma pergunta feita por um professor do CES/Academia, sendo realizado sorteio para conhecermos quem responderia cada pergunta.
No terceiro bloco, seria a vez dos alunos do CES/Academia fazerem suas perguntas para um dos candidatos.
No quarto bloco, haveriam perguntas feitas por jornalistas dos veículos de comunicação de Juiz de Fora.
No quinto e sexto blocos, novamente os candidatos responderiam a perguntas de professores e alunos respectivamente.
No sétimo bloco, os candidatos fariam perguntas entre si, tendo direito a réplica e tréplica respectivamente.
No último bloco, os candidatos fariam suas considerações finais em um período de 2 minutos para cada um.
Todos os candidatos à prefeitura de Juiz de Fora foram convidados, porém não contamos com a ilustre presença de um dos concorrentes. Compareceram ao debate os candidatos: Custódio Antônio de Mattos (Custódio Mattos) Nº 45 do partido PSDB, da coligação “Mudança com segurança”; Omar Resende Peres Filho (Omar Peres) Nº 43 do partido PV da coligação “Renova Juiz de Fora; Rafael Sales Pimenta (Rafael Pimenta) Nº21 do partido PCB da coligação “Frente socialista de esquerda”; Raymundo Tarcísio Delgado (Tarcísio Delgado) Nº 15 do partido PMDB da coligação “JF merece mais”; Victor Alves Pontes (Victor Pontes) Nº 16 do partido PSTU – sem coligação. A ausência, mais uma vez, ficou por conta da candidata do PT Maria Margarida Martins Salomão (Margarida) da coligação “Unidos para mudar”.
Na primeira parte do debate, os candidatos responderam de forma simples. As questões de experiência e renovação foram as mais enfocadas. Os candidatos “de esquerda”, buscaram responder a pergunta apontando a necessidade de um novo programa político, de uma política diferente. “A cidade clama por uma política diferente das ultimas décadas.”, proferiu o candidato Rafael Pimenta.
Por sua vez, os candidatos do PSDB e do PMDB, enfatizaram a sua vasta experiência política e a grande importância da cidade para eles. Tarcísio Delgado foi o que mais enfatizou a cidade de Juiz de Fora. “Amo essa terra, sou filho daqui!”, proferiu o candidato. O ex- prefeito complementou dizendo: “Para mim, Juiz de Fora é a melhor cidade do mundo.”
No 2° bloco, as perguntas realizadas pelos professores do CES englobaram, principalmente, questões sociais e econômicas. Os candidatos procuraram responder diretamente às perguntas, embora em alguns casos tenham aproveitado para criticar os mandatos anteriores e destacar a precariedade de alguns aspectos da cidade. Rafael Pimenta foi questionado com a pergunta mais interessante: O preço da tarifa de ônibus é justo?
O advogado respondeu com convicção: “A tarifa não é justa, pois não acompanha a inflação.”. “Temos que mudar muito!” concluiu o candidato do PCB.
No 3º bloco, os candidatos foram indagados por alunos do CES e o que determinava qual candidato responderia a pergunta era o sorteio. A primeira pergunta foi sobre saúde: “Qual o projeto para a saúde de uma maneira geral?” e o sorteado para responder foi o candidato Tarcísio Delgado, que respondeu dizendo que seu projeto é avançar com policlínicas e sempre frisando que Juiz de Fora não atende somente sua população, pois recebe pacientes do estado de Minas Gerais e também do Rio de Janeiro. Disse ainda que o atendimento seria ótimo se fosse destinado apenas à população da cidade. Fez duras críticas ao ex-prefeito Alberto Bejani (sim, aquele mesmo que habitou a cadeia por uns tempos) por fechar a policlínica que construiu durante seu mandato na prefeitura.
O contemplado para responder à segunda pergunta foi Omar Peres, que tinha como assunto a cultura: “Quais são os projetos para o incentivo da cultura?” a resposta foi sobre a criação da cidade do cinema, buscar apoio para que filmes sejam rodados na cidade – dizendo que mesmo sem ser prefeito trouxe o filme “Zuzu Angel” para ser rodado aqui – e afirmando veementemente que a prefeitura tem que subsidiar os eventos culturais, partindo do princípio de que o povo não tem dinheiro para pagar passagem de ônibus quem dirá para pagar uma peça teatral, assim aproveitando para levantar outro problema da cidade, o transporte público.
O candidato Rafael Pimenta foi desafiado a responder uma pergunta sobre educação: “Quais as propostas para educação?” e respondeu defendendo a criação da escola integral, para que as crianças não passem tanto tempo na rua. Segundo Pimenta, “as crianças precisam de escola, lazer, cultura e educação”. Isso ocorrerá se “o profissional de educação for elevado à posição de agente do poder político municipal”, desabafou o candidato.
A pergunta direcionada ao candidato Victor Pontes foi sobre esporte, sobre incentivo no futebol profissional do Tupi e a cobertura do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio. A resposta foi objetiva na questão de que irá incentivar sim o futebol do Tupi, mas, principalmente, incentivar o esporte na base, investir na criação de novos atletas a partir da escola e valorizar o profissional de educação física. Sobre a cobertura do Estádio Municipal, disse ser necessária, pois o povo já aguarda há muito tempo, mas que não será com a política do “pão e circo” que irá resolver os problemas da cidade.
O 4º bloco foi composto por perguntas de jornalistas locais, com diversos assuntos, destacando as perguntas respondidas por Victor Pontes, Rafael Pimenta e Custódio Mattos.
A questão direcionada a Victor Pontes foi sobre a prevenção de deslizamentos de terra, tendo como resposta a criação de uma política de desenvolvimento da cidade através de um plano de obras públicas.
A interrogação a Rafael Pimenta foi sobre sua relação com o Governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e com o Presidente Lula. A resposta do candidato se deu de forma inusitada e em tom irônico. “A minha relação com esses dois cidadãos é a mesma de toda a população brasileira.”, frisando estar do lado da maioria e que o governo deve estar do lado do povo. Terminou seu discurso proferindo: “A população não acredita em Aécio. Isso é engodo!”.
O candidato Custódio Mattos foi indagado sobre as leis de uso e apropriação do solo e o plano diretor. A resposta girou em torno da reformulação das leis, que são antigas, a partir da ajuda de urbanistas especializados.
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