Texto referente ao post de Domingo, 5 de Outubro de 2008
Do que você se arrepende?? Se você fosse capaz de reviver todos os momentos da sua vida até este exato momento, o que você mudaria?
Confesso que odeio aquele discurso: “Não me arrependo de nada!”. Talvez esta seja a maior prova do egocentrismo do ser humano. O ato de se arrepender compreende uma das mais evolutivas ações de alguém. Ao se arrepender, você prova o reconhecimento de um erro, seja ele qual for, e, além disso, se torna apto a não cometê-lo novamente. Não creio que o arrependimento seja a solução para uma evolução física ou espiritual, mas, sem dúvida, ele já é um grande passo para um viver mais deleitoso.
Arrependo-me de muitas coisas. Coisas que fiz e coisas que deixei de fazer. Errei por ser ingênuo, por ser muito racional ou, até mesmo, por ser meio confuso quanto as minhas emoções. Perdi coisas importantes na vida... Coisas com as quais seria mais feliz hoje. Por muitas vezes fiz o certo no momento errado, e o que é errado é sempre imperfeito, não importa a ocasião ou o contexto.
Há pessoas que dizem: “Faria tudo do mesmo jeito!”. Bela aprovação da essência narcisista de um homem. É óbvio que todos nós mudaríamos algo. Estamos em constante evolução. É estupidez pensarmos que não erramos nunca. A perfeição é uma ilusão que cabe apenas aos egocêntricos. Digo egocêntricos, porque não existe algo mais egoísta do que não admitir que está errado. Pior do que isto, só o fato de não aprender com os próprios erros. Devemos aprender com o que passou e com o que se passa, para que, no futuro, não sejamos mais egoístas em potencial. Sejamos francos com nós mesmos...
Há tempos não me arrependia tanto. Hoje me arrependo de ter seguido a razão. Quem foi que disse que ela está sempre certa?? Fui incapaz de formular essa questão no momento propício... Fui incapaz de muitas coisas e, dentre elas, de deixar que o amor transcendesse a razão. Hoje, sou incapaz também de consertar esse erro...
Procuro sempre ver o lado bom das coisas. Se sofro nesse momento, ao menos posso ancorar-me no pensamento de um gênio. Fiódor Dostoievski já dizia: “Para escreve bem, é preciso sofrer, sofrer e sofrer”. Talvez esteja aí o grande segredo da busca incessante por uma (mesmo que limitada) qualidade textual...
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