Texto referente ao post de Quinta-feira, 23 de Outubro de 2008
Muitos criticaram o porquê do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) não ter matado Lindemberg quando teve a chance. Por outro lado, muitos defenderam que, ao matar Lindemberg, o GATE seria extremamente criticado pela sociedade e pagaria por esse “erro” judicialmente. O fato é, que a sociedade brasileira se contrasta em conceitos muito infantis para o século XXI. O povo tem pena, compaixão e condolência excessivas para com o criminoso. Lindemberg ERA um cidadão trabalhador, honesto e esforçado ATÉ o momento em que fez da ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel e de sua amiga, Nayara Vieira, reféns e vítimas de sua paixão doentia. A partir do momento em que Lindemberg pôs em risco a vida de duas garotas inocentes, a sociedade não poderia vê-lo como um homem trabalhador e honesto. Lindemberg não se tratava mais daquele jovem apaixonado por futebol e pelo time de coração. Aquele Lindemberg que todos conheciam não existia mais. Lindemberg era agora um criminoso, uma ameaça à segurança da população, porém, a sociedade brasileira não enxerga os fatos desta maneira. O povo brasileiro é marcado pela “alta dose” de compaixão para com os facinorosos que vivem nesse país. Seria isto apenas um gesto de benevolência?? A mim, parece ingenuidade...
A sociedade do Brasil terá que conhecer o emprego da força letal. Temos que deixar de tratar os bandidos como “mocinhos”. Devemos ter em mente que nossa estrutura sociopolítica não é bem organizada e, somado a isso, temos um sistema econômico que não é dos mais favoráveis. Não podemos enxergar a morte de um criminoso como um aumento na complexidade da situação em um seqüestro com reféns. É preciso compreender e aceitar que, em certas ocasiões, é necessário sacrificar a vida de um criminoso para se salvar a vida de um refém inocente. “É preciso que as autoridades com poder de decisão e que a sociedade se preparem para um desfecho onde se utilize inclusive a força letal no estrito cumprimento do dever legal e na legítima defesa de um terceiro inocente.”, defende o Capitão Dalle Lucca, mais experiente comandante de operações com seqüestro do Brasil.
Embora a preservação de todas as vidas envolvidas em um seqüestro seja o desejo de todos, é necessário que compreendamos um simples fator: se é necessário que alguém saia ferido do local, esse alguém não deve ser um policial e, tampouco uma refém. Sejamos nobres e conscientes ao falarmos de assassinato. Temos de reconhecer e aceitar a utilização da força letal como recurso para a salvação de vidas inocentes.
Quem sabe assim, teríamos um desfecho diferente do visto no último dia 17...
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